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Fernanda Varela
Publicado em 3 de novembro de 2025 às 15:00
A cidade de Tremembé, no interior de São Paulo, abriga um dos complexos prisionais mais conhecidos do Brasil. O nome da cidade se tornou sinônimo de “presídio dos famosos” por concentrar condenados envolvidos em crimes de grande repercussão, como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Alexandre Nardoni. A fama, alimentada pela mídia e por produções audiovisuais, transformou Tremembé em um símbolo da criminalidade de alto impacto no país.>
Criminosos que aparecem na série Tremembé
Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo (SAP-SP), o Complexo Penitenciário de Tremembé foi escolhido para abrigar presos de “alta visibilidade” por reunir condições de segurança e isolamento que reduzem o risco de agressões, fugas e conflitos internos. A medida busca preservar a integridade física de pessoas envolvidas em casos que despertaram comoção nacional.>
A notoriedade começou a se firmar depois da desativação do Carandiru, em 2002. Com a necessidade de redistribuir os detentos, o governo paulista decidiu concentrar em Tremembé os presos que eram ligados a crimes que tiveram ampla exposição na imprensa e, desde então, a penitenciária passou então a receber réus condenados por assassinatos, crimes passionais e casos marcados por cobertura intensa da mídia.>
Entre os presos famosos que já cumpriram pena no local estão Suzane von Richthofen, condenada pela morte dos pais e atualmente em regime aberto; Elize Matsunaga, que assassinou e esquartejou o marido Marcos Kitano Matsunaga; Gil Rugai, condenado pela morte do pai e da madrasta; Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, responsáveis pela morte da menina Isabella Nardoni; Cristian Cravinhos, um dos cúmplices do crime dos Richthofen; e Lindemberg Alves, condenado pelo assassinato de Eloá Pimentel.>
Atualmente, Tremembé ainda abriga nomes conhecidos como o ex-jogador Robinho, condenado por estupro na Itália, e o ex-médico Roger Abdelmassih, sentenciado por dezenas de estupros. A penitenciária é dividida em duas unidades: a P1, destinada a homens, e a P2, voltada a mulheres. Ambas operam sob regime fechado e têm segurança reforçada, com alas específicas para presos de casos de grande notoriedade.>
O interesse popular por Tremembé ultrapassou os limites das páginas policiais. A rotina dentro do presídio inspirou livros, documentários e séries de TV, como a produção “Tremembé”, lançada em 2025, que retrata histórias de crimes reais cometidos por detentos que passaram pelo local. O livro “Diário de Tremembé”, de Acir Filló, ex-prefeito de Ferraz de Vasconcelos, também chamou atenção ao revelar bastidores do sistema prisional e o convívio com figuras conhecidas. A obra chegou a ser proibida judicialmente, mas voltou a circular após decisão que revogou a suspensão.>
Apesar da fama, a SAP nega qualquer tipo de privilégio a presos em Tremembé. O órgão reforça que todos os detentos seguem as mesmas normas de disciplina e visitação aplicadas nas demais unidades prisionais do estado.>